Hoje meus olhos arderam, não pela cena que eu vi, mas pela poluição do ar causada pela queima da cana, o dia inteiro foi praticamente um eclipse!
Segundo pesquisas realizadas pelo INPE no final da década de oitenta, averiguou-se naquela situação que a queima da palhada emitia gases que podiam facilmente se combinar no ambiente e reagir fotoquimicamente na atmosfera, transformando-se principalmente numa variação do gás de ozônio, ou seja, o chamado “Smog Fotoquímico”. O smog fotoquímico é a reação de hidrocarbonetos não poluentes com gases presentes na atmosfera (O3, NO e NO2), tendo o ozônio como sua principal componente tóxica resultante. Estima-se que o efeito dessas combinações de gases na atmosfera sejam cerca de quinze vezes superior aos potenciais efeitos causados pela emissão da mesma quantidade de gases oriundos do CO2 apenas.
Diferentemente das combinações de gases formadas pelas emissões das grandes cidades e atividades industriais (que são fortemente baseados em compostos de enxofre), os compostos fotoquímicos tóxicos formados pela queima da palhada da cana (e/ou da queima de qualquer material de origem vegetal, como a queimada de florestas ou de restos vegetais ou biomassa), são compostos potencialmente muito mais danosos, já que eles tem características predominantemente oxidantes, que por sua vez criam ambiente favorável na atmosfera para reações de oxidação de compostos (consumindo oxigênio disponível) e também levando ao aumento de ácidos e nitratos orgânicos, que por sua vez contribuem em ainda mais elevado grau aos fenômenos de impacto ambiental negativo, como as chuvas ácidas (que deslocam-se junto as massas de ar por centenas de quilômetros) e a eutrofização de lagos e rios. Ao se infiltrar nos solos, os ácidos presentes na água de chuva reagem com diversas substâncias, liberando íons metálicos tóxicos como Al3+, Pb2+, Cd2+, os quais podem ser introduzidos na cadeia alimentar, quando afloram e são ingeridos por animais ou mesmo utilizado pelas plantas daquela região.
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