Sabe o que eles tem a ver com a "blogueira" Maria Bethânia?
Eles também faturaram sua boladinha! Enquanto a Bethânia vai ganhar R$ 1.356.858,00 como blogueira, o pessoal do Tchaka vai faturar nada mais nada menos que R$ 1.629.000,00!!
Agora é esperar e ver a reação do Ministério da Cultura, afinal se eles disseram que tudo ocorreu tudo legalmente na escolha do blog, que não é blog, da Bethânia. será que irão dizer o mesmo do Tchakabum?
Com toda essa cultura abundante como esse país não vai pra frente!
Acode Nois Jesus!
http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/02/CNIC-184.pdf
3 comentários:
Caro blogueiro(a),
Permita-me um esclarecimento sobre o assunto, pois tenho participado de alguns fóruns de debates sobre o tema.
O dinheiro em questão é arrecadado junto a iniciativa privada, que destina parte do imposto devido ao incentivo a projetos culturais. O que o Minc faz é certificar, através de uma comissão, se o projeto está de acordo com o que dita a legislação de captação de recursos. Logo, o MInc não "liberou" dinheiro para Betânia ou para a banda de axé.
Quem possibilita isso é a Lei Rouanet(de incentivo à cultura).
Essa informação, per si, não esgota o debate, ao contrário, mas creio que da forma como foi colocada, desloca a discussão de seu eixo principal.
Não se trata de hierarquizar ou julgar a relevância de cada projeto ou manifestação cultural, afinal, tem quem goste de Betânia, tem quem goste de bandas de axé, sertanejo, etc.
O debate deve ser pautado pela ineficiência das leis de incentivo (Rouanet, nesse caso) que acabam por destinar um dinheiro público(sob o título de renúncia fiscal)para patrocinar iniciativas de artistas que têm mercado e, portanto, possibilidade de produzir seus projetos sem a tutela do Estado.
No caso da Betânia, o projeto dela é relevante, pois serão 365 vídeos postados no blog, todos com direção de Andrucha Washington, e com tratamento refinado, disponibilizando imagens que preservam uma parte importante de nossa memória musical, representada na cantora.
Mas como já dissemos, ela poderia viabilizar esse projeto (importantíssimo) sem contar com o dinheiro público, que poderia servir a manifestações que não têm chance no mercado.
Um abraço.
Douglas leio o seu blog e gosto dos seus textos, obrigado pelo comentário esclarecedor.
Mas me desculpe Douglas, o importantíssimo projeto da Betânia (- o adjetivo importantíssimo fica por sua conta OK)tem um custo muito alto. Se usarmos o mesmo dinheiro conseguiríamos manter vários projetos culturais em vários locais do país.
E me desculpe novamente mas você está sendo muito "tietê" da Betânia quando diz: "o projeto dela é relevante, pois serão 365 vídeos postados no blog, todos com direção de Andrucha Washington, e com tratamento refinado, disponibilizando imagens que preservam uma parte importante de nossa memória musical, representada na cantora."
- Você já viu os vídeos para afirmar isso?
Resposta: NÃO obvio! Esses vídeos nem foram produzidos ainda e nem sabemos qual será a qualidade inal dos mesmos, SE É QUE SERÃO PRODUZIDOS!
A minha opinião em relação a o dinheiro destinado a incentivar a cultura é: O DINHEIRO PRECISA SER PULVERIZADO NO BRASIL TODO PARA QUE SE PRESERVE A CULTURA LOCAL DE CADA REGIÃO, O FIM DAS LIRAS MUSICAIS EM VÁRIAS CIDADES É UMA REALIDADE, GRUPOS QUILOMBOLAS NÃO TEM APOIO PARA MANTER SUAS TRADIÇÕES OUTRO EXEMPLO TRISTE SÃO OS GRUPOS DE TEATRO QUE MUITAS VEZES NÃO TEM LOCAL PARA ENSAIAR E SE APRESENTAR, POREM ESTES AINDA RESISTEM, ALIAS MUITAS CIDADES NÃO TEM TEATRO, NEM BIBLIOTECAS DECENTES, SÃO TANTAS COISAS QUE EU NÃO VOU CONSEGUIR FALAR DE TODAS
AFIRMO QUE DAR MILHÕES DE REAIS PARA ESTRELINHAS COMO BETÂNIA QUE NÃO PRECISAM E VIABILIZAR PROJETOS DE POUCO IMPACTO COMO ESTE NÃO É INCENTIVAR A CULTURA, PELO MENOS NÃO DE MANEIRA EFICIENTE.
E SOBRE O TCHAKABUM ... PREFIRO NEM COMENTAR AFINAL, AO QUE PARECE NO BRASIL BUNDA É CULTURA!
JP, não discuto a relevância dos projetos culturais, e você parece não ter lido todo o meu comentário.
Toda escolha é arbitrária, portanto, o que parece subcultura para uns, é bom para outros. Não crio hierarquia entre cultura e manifestações, para não incorrer no risco de segregar e rotular manifestações só porque não me agradam, pessoalmente. O gosto é pessoal, mas o acesso e a divulgação deve possibilitar espaço para todos: bundas, cabeças, troncos e membros.
Eu disse, e reafirmo, que o dinheiro público tem que ser utilizado para ampliar o acesso e a diversidade dos bens culturais. Foi o que eu disse!
Quanto aos vídeos, as referências antecedem a obra, e podem confirmar (ou não) a qualidade dos mesmos: tanto pelo conteúdo, representado pela memória cultural que Betânia gerou, goste-se ou não dela(e eu nem gosto tanto assim), tanto pelo profissionalismo do cineasta.
Outro ponto é que se você dividir o valor global pelo número de vídeos, o custo per capita é pequeno.
Isso, sem mencionar que a plataforma que ela escolheu foi a blogosfera. Desnecessário dizer que esse é um passo importante para legitimar nossa plataforma.
Agora, se vão ser feitos ou não, isso é um problema que também deve ser acompanhado, e há uma prestação de contas. E a plataforma via blog facilita isso.
O que foi dado a Betânia foi um certificado (emitido pelo Minc)para captar esse recurso junto a empresas que tem imposto de renda a pagar. Esse dinheiro é, portanto, uma renúncia fiscal.
Se as Liras, os grupos de quilombolas têm interesse e quiserem apresentar projetos para captar recursos, seria ótimo, ao invés de esperar pelo paternalismo, que vincula e dirige suas manifestações, transformando "tradições" em espetáculos de curiosidade exótica para turista ver.
Agora, se as leis de incentivo cumprem esse papel, é outra discussão, e foi justamente o que ressaltei: debater se essas leis cumprem seus objetivos.
Enfim, posso dizer que 1,6 milhão frente ao que pagamos de juros da dívida, e outras somas destinadas a sustentar injustiças é muito pouco.
Quando debatemos o assunto pela lógica do desperdício, que foi que o a mídia PIG fez ao se referir ao projeto, mordemos a isca de desvalorizar o investimento em cultura, como se pudéssmos prescindir de investimentos altos nessa área, como forma de fortalecer nossos laços culturais, e por que não dizer, de nossa incipiente indústria de bens culturais.
E antropologicamente falando, sim, meu caro, bunda é cultura!
Um abraço.
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